sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

QUAL A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL?

É importante que tenhamos em mente que educação e infância são fatores essenciais no desenvolvimento da cidadania e nos estudos acadêmicos.
De acordo com Jean-Jacques Rousseau, é preciso compreender que se faz necessário pensar seriamente no significado da infância que começa com o nascimento da criança que, por sua vez, deve ser também educada a partir daí, ou seja, a educação deverá começar a partir do momento em que a criança vem ao mundo.
Assim deve ser por se tratar da necessidade de formamos o homem, antes que este possa se inserir na sociedade como cidadão.
Para se realizar um trabalho eficiente e capacitado à criança, uma boa estrutura é essencial. Isso inclui ter material suficiente para que todos consigam compartilhar e um bom espaço de criação.
Uma área ao ar livre, mesmo que com poucas árvores, vira uma grande floresta. Uma sala bem cuidada, rica em cores e com variedade de brinquedos e estímulos igualmente possibilita momentos criativos, prazerosos e produtivos.
Uma escola precisa ser mais do que um lugar agradável, onde se brinca. Deve ser um espaço estimulante, educativo, seguro, afetivo, com professores realmente preparados para acompanhar a criança nesse processo intenso e cotidiano de descobertas e de crescimento. Precisa propiciar a possibilidade de uma base sólida que influenciará todo o desenvolvimento futuro dessa criança.
A relação educação / infância deve ser um processo cultural, na qual a educação, por métodos, didáticas e técnicas eficazes faça com que a criança desenvolva relações intermitentes entre respeito mútuo, justiça, solidariedade, igualdade, assim como liderança e outros fatores predominantes na sociedade.

Texto de Alexandre Vieira

Especialista pela Escola Paulista de Medicina em Bases Fisiológicas e Metodológicas do Treinamento Desportivo. Professor da UNIBAN - Universidade Bandeirante de São Paulo nas disciplinas: Educação física e Esporte Adaptado (def. visual, auditiva, motora, física e mental), Atividade Física para a Saúde (diabetes, aids, Câncer, Gravidez, distúrbios Respiratórios, dist. Musculares) e filosofia, Sociologia e História da Educação e Ed. Física.

AFINAL,O QUE É LETRAMENTO?

Objetivos

1) Utilizar o conceito de letramento para organizar a prática escolar e aperfeiçoar o processo ensino-aprendizagem da língua portuguesa e dos demais códigos.
2) Por meio da reflexão sobre o conceito de letramento na prática educativa, contribuir para o debate sobre as condições de letramento no Brasil.

Ponto de partida

É possível afirmar que não existe "grau zero de letramento" ou "iletramento", pois todo sujeito, independentemente de condição socioeconômica ou intelectual, faz algum tipo de uso da escrita e de sua prática social.
As controvérsias acerca do conceito de letramento e as dificuldades empíricas de sua mensuração transformam-se na verdade em ferramentas de suma importância para o debate em torno das condições de letramento no Brasil.

Comentário

As transformações socioeconômicas, políticas, históricas e/ou culturais provocam o surgimento de novos conceitos e/ou termos para designar fenômenos recém-surgidos e que ainda se encontram em processo de recepção e compreensão pela sociedade na qual se inserem.
Desse modo, a adoção do vocábulo "letramento" vem atender a uma nova realidade, já que só recentemente a sociedade brasileira passou a preocupar-se com o desenvolvimento de habilidades para utilizar a leitura e a escrita nas práticas sociais e não somente com o saber ler e escrever mecanicamente. Contudo, essa transformação traz consigo problemas de delimitação de sentido, de definição e também de mensuração.
Segundo Magda Soares, letramento seria a tradução para o português da palavra inglesa "literacy", que etimologicamente se origina da forma latina "littera", cujo significado é "letra". Ao latim "littera" foi adicionado o sufixo "-cy", que expressa estado ou condição, para formar o vocáculo inglês "literacy". Parece que do mesmo modo se fez em português, ou seja, ao radical "letra-" foi acrescentado o sufixo "-mento", formando assim a nova palavra.
Alguns autores argumentam que o termo literacia, utilizado em Portugal, seria mais apropriado que letramento. Outros propõem, ainda, o vocábulo leiturização. Há também aqueles que defendem ser desnecessária a adoção de um novo termo, já que acreditam ser a palavra alfabetização própria para abarcar também o novo conceito.
Embora letramento seja equivalente, no Brasil, ao termo "literacy", trata-se de palavras que apresentam conceitos distintos, uma vez que o vocábulo inglês significa capacidade ou habilidade para ler e escrever, e não condição ou estado resultante da utilização da leitura e da escrita nas práticas sociais.
Assim, a acepção de "literacy" parece estar mais próxima de alfabetização e não de letramento, fato que acaba acarretando outro problema em relação a essa terminologia, já que a concepção de sujeito alfabetizado nos países que se valem do termo "literacy" parece estar um pouco distante daquela adotada atualmente no Brasil.
Isso ocorre porque, ainda que atualmente questões relacionadas à capacidade de leitura e interpretação de textos e do uso eficiente da leitura e da escrita preocupem tanto países periféricos ou em desenvolvimento, como o Brasil, quanto países ricos e desenvolvidos, como os EUA, França e Alemanha, percebe-se que existe uma grande diferença no que se refere às exigências de letramento entre eles.
Atualmente a definição mais difundida é a apresentada por Magda Soares: "Letramento é o resultado da ação de ensinar ou de aprender a ler e escrever, o estado ou condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como conseqüência de ter-se apropriado da escrita." Desse modo, letramento seria resultado ou conseqüência do processo de alfabetização.
Enquanto se utiliza o termo analfabeto em oposição a alfabetizado, não é possível, de maneira análoga, aplicar a mesma relação entre letrado e iletrado. Mesmo o indivíduo que não sabe ler nem escrever de alguma maneira faz uso da escrita quando se relaciona com outros atores sociais, seja pedindo que outro leia para ele uma carta ou bula de remédio, seja tentando chegar a algum bairro da cidade, o qual ele ainda não conheça, ou mesmo relatando um fato ou acontecimento a alguém.

Para saber mais

A professora Magda Becker Soares, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), coordena grupos de pesquisa sobre alfabetização e letramento.
Fonte: http://educacao.uol.com.br/planos-aula/ult3900u67.jhtm
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quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

ARTIGO

Dislexia:Distúrbio ligado a leitura e escrita




Resumo

Estima-se que a dislexia acometa entre 10% e 15% da população mundial. Este transtorno da aprendizagem aparece na escola, durante a alfabetização, e alguns dos seus sintomas, anterior a ela. É hereditária e congênita, sem causas culturais, intelectuais e emocionais, onde a criança falha no processo de aquisição da linguagem. Os disléxicos têm um nível de inteligência normal, muitas vezes superior, e grande habilidade em determinadas áreas, mas suas dificuldades de aprendizagem resultam em uma discrepância entre o seu potencial intelectual e seu desempenho escolar. As dificuldades de aprendizagem, causada pela dislexia, podem causar implicações e problemas na personalidade, por isso, o diagnóstico e acompanhamento, adequado tornarão as implicações emocionais quase inexistentes e a criança mais confiante e segura frente a sua realidade e necessidades.


Palavras-chaves: dislexia, transtornos, aprendizagem.

Abstract
They is esteem that the dyslexia to attack between 10% and 15% of the world-wide population.This upheaval of the learning appears clearly in the school,during the alphabetizing,and some of its symptoms,prvisious it.She is hereditary and congenital,without cultural causes,intellectual and emotional,where the child fails in the process of acquisition oflanguage.The dyslexia have a level of normal intelligence,many times superior,and great ability in determined areas,but is difficulties of learning result in a discrepancy between its intellectual potential and its pertaining to school performance.The difficulties in the learning,caused for the dyslexia,can cause emotional implications and problems in the personality, therefore,diagnosis and accompaniment,adjusted wil become the almost inexistent emotional implications and the child most confident and insurance front its reality and necessities.

Word-keys: dyslexia,upheaval,learning.


Introdução

Este trabalho vem abordar um assunto que mais afligem as crianças na idade escolar, a dificuldade de aprendizagem relacionada a dislexia.
A dislexia é um distúrbio específico de aprendizagem que se caracteriza por uma dificuldade significativa para a leitura, escrita e soletração.
Segundo Doutor Rubens Wajnsztejn a dislexia caracteriza-se por uma dificuldade na leitura e escrita, não sendo explicitado por déficit de inteligência, oportunidade de aprendizado, distúrbios motivacionais ou acuidade sensorial.
A dislexia apresenta causas hereditária e familiar. A história familiar é um dos fatores de riscos mais importantes, pois 23 a 65% das crianças com pais disléxicos apresentam o distúrbio.


1-O que é dislexia?
A dislexia é basicamente um distúrbios ou transtorno de aprendizagem na área da leitura, escrita e soletração, a dislexia é o distúrbio de maior incidência nas salas de aula. Ao contrário do que muitos pensam a dislexia não é o resultado de má alfabetização, desatenção, condição sócio-econômica ou baixa inteligência. Ela tem sido vista como uma condição hereditária.
A dislexia é uma dificuldade específica em leitura. A persistência da dificuldade leitora não só caracteriza a síndrome e repercute no sistema da escrita (produção de textos e ortografia).
Ao aprender a ler e escrever, a criança nasce novamente: se antes nasceu para a vida, agora nasce para viver no mundo da cultura. Toda a vida escolar é marcada pelas primeiras experiências que as crianças vivem em relação à aquisição de conhecimentos e habilidades.
A dislexia não é uma doença, mas sim um transtorno de aprendizagem, cujos sintomas podem ser percebidos desde a pré-escola e o diagnóstico é geralmente concluído, quando a crianças alcança os sete ou oito anos de idade.
A dislexia é caracterizada fundamentalmente pela presença de grande dificuldade para a aquisição da leitura, geralmente acompanhada por idêntica problemática em relação à escrita,quando não existe atraso cognitivo,problema psicológico de porte ou deficiência sensorial que justifique tal transtorno. A maioria das crianças disléxicas sofre com os frequentes fracassos escolares, os quais geram o rebaixamento da auto-estima e, consequentemente, levam a comportamento que variam da apatia à agressividade, tornando a vida escolar e familiar muito desgastante.
É possível perceber alguns sinais de risco para a aprendizagem da leitura e escrita desde os quatro anos de idade. Essa percepção precoce é importantíssima no encaminhamento da criança aos profissionais especializados em tal diagnóstico (psicopedagogo,neurologistas) a fim de evitar que os danos consequentes à baixa auto-estima e os problemas escolares comecem a se instalar.
Alguns sintomas podem chamar a atenção dos pais e professores, quando frequentes e mais intensos do que o esperado para a idade.
Crianças entre 4 e 6 anos:
•A omissão, inversão ou a confusão de fonemas;
.Vocabulário empobrecido;
•Dificuldade na expressão oral;
•Baixo nível de compreensão da linguagem;
•Dificuldade em aprender e diferenciar cores, formas, tamanhos, posições;
•Problemas de lentidão motora
•Atraso na aquisição de conhecimento do esquema corporal, orientação e sequenciação;
Crianças entre 6 a 9 anos:
•Permanecem ou aumentam as inversões, confusões, trocas e omissões de fonemas;
•O vocabulário passa a ser cada vez mais empobrecido em relação à faixa etária e escolaridade alcançada;
•Na leitura, geralmente silabada, hesitante e mecânica, é frequente a presença de confusão entre letras, como por exemplo, entre: a/o; a/e; u/o; b/d; p/q; u/n, assim como aparecem omissões,inversões e adições de sílabas nas palavras lidas, o que dificulta ainda mais o entendimento do texto;
•Na escrita percebem-se confusões de letras semelhantes pelo som ou forma;
Crianças com mais de 9 anos:
•Dificuldades na estruturação das frases;
•Inadequação no uso dos tempos verbais;
•Dificuldade persistente na compreensão da leitura, assim como na expressão oral e escrita;
•Escrita muito irregular, com incorreções ortográficas, semântica e sintática;
•Transparecem as dificuldades às outras aprendizagens escolares que tenham como base a leitura e sua compreensão;
•Negam-se ou evitam ler, principalmente em voz alta;
•Compreendem melhor o que é lido para eles do que o que leem;
Antes de qualquer atitude, deve-se analisar como o indivíduo reage diante do processo de alfabetização.Apresentam-se dificuldades de pronúncia, de articulação, dificuldades para aprender nomes de letras ou cores, falta de memória para lembrar-se de coisas simples, como seu endereço, data de aniversário, não se concentra em aulas teóricas, preferindo aulas de criatividade, como colagem, desenho etc. E, ainda, se o aluno parece não identificar letras em geral, confunde-se ditados, faz inversões. (OLIVIER DR, LAU DE, 2003,p.21)

1.1-Tipos de Dislexia
1.Dislexia Congênita ou Inata: é a Dislexia que nasce com o indivíduo.
2.Dislexia Adquirida: é a dislexia que vem através de um acidente qualquer.
3.Dislexia Ocasional: é a dislexia causada por fatores externos e que aparece ocasionalmente.
4.Dislexia Visual: é a dificuldade para seguir e reter seqüências visuais e para a análise e integração visual de quebra-cabeça e tarefas similares.
5.Dislexia Auditiva: é a dificuldade de discriminar os sons de letras, reconhecer variações de sons, seqüências de palavras, ordens e histórias.
6.Dislexia profunda ou fonética: encontram-se erros de tipo semântico, dificuldade para compreender o significado das palavras, com adição de prefixos, maior facilidade para as palavras de conteúdo que para s de função.
7.Dislexia fonológica: sobre a qual existem poucos trabalhos, encontram-se menos erros que na profunda.
8.Dislexia superficial: as crianças revelam dificuldades dependendo da longitude e complicação das palavras, como acontece a tantas crianças disléxicas.
1.2- A dislexia e a alfabetização
Do ponto de vista do desenvolvimento e da construção de significados, só pode ser significativo para as pessoas aquilo do qual ela possui um mínimo de experiência e de informação.
Por isso, o disléxico precisa olhar e ouvir atentamente, observar os movimentos da mão quando escrever e prestar atenção aos movimentos da boca quando fala. Desta maneira, a criança disléxica associará a forma de escrita de uma letra tanto com seu som como com os movimentos, pois falar, ouvir, ler, escrever, são atividades da linguagem.
Para auxiliar o aluno disléxico em suas linguagens, a escola deve dar encorajamento, atender e respeitar as capacidades e os limites da criança, estar informada, para amparar a criança em sua dificuldade, manter o professor da classe familiarizado e sensibilizado com a dislexia, para compreender e apoiar a criança, na sala de aula, reconhecer a necessidade de ajuda extra classe e desenvolver um clima de paciência, para que as crianças possam ter tempo suficiente para cumprir suas tarefas e, até mesmo, repeti-las várias vezes para retê-las.

2-Sinais de dislexia na idade escolar
.Para lanhez(2002) estes são sinais importantes de dislexia na idade escolar.
•Lentidão na aprendizagem dos mecanismos da leitura e escrita;
•Trocas ortográficas ocorrem, mas dependem do tipo de dislexia;
•Problema para reconhecer rimas e alterações (fonemas repetidos em uma frase);
•Desatenção e dispersão;
•Melhores resultados, nas avaliações orais, do que nas escritas;
•Dificuldade de coordenação motora fina (para escrever, desenhar e pintar) e grossa (é desordenada);
•Dificuldade de copiar as lições do quadro, ou de um livro;
•Problema de lateralidade (confusão entre esquerda e direita, ginástica);
•Dificuldade em manusear mapas e dicionários;
•Esquecimento de palavras;
•Desinteresse ou negação da necessidade de ler;
•Leitura demorada, silabadas com erros.Esquecimento de tudo o que lê;
•Salta linhas durante a leitura, acompanha a linha de leitura com o dedo;
•Dificuldade em matemática, desenho geométrico e em decorar seqüências;

2.1-O papel do professor no trabalho com o aluno disléxico
Segundo Dra.Lou de Olivier (2003), o professor também tem papel fundamental na assessoria a este aluno disléxico, no sentido de estimulá-lo em aulas de criatividade,não exigir bom desempenho em aulas muito teórica,não ridicularizá-lo nem permitir que seus colegas o ridicularizem por não acompanhar a classe.Se por um lado,os disléxicos têm enormes dificuldades na aquisição da linguagem escrita ou falada,por outro lado,podem ter grandes aptidões no campo das artes e política e, e, atividades que dependem de criatividade...(que fique claro que isso se aplica aos destros com alteração hemisférica comprovada e não é comum a todos os disléxicos).
Portanto, ao relacionar-se com o aluno disléxico, o professor deve tratá-lo com máxima dedicação e com muito incentivo a sua criatividade.
O ideal seria implantar classes especiais para estes alunos, onde teoria fosse menos importante e as aulas práticas tivessem mais força. Isso p resolveria o problema no ensino e praticamente todos os indivíduos com distúrbios de aprendizagem (dislexia ou qualquer outro distúrbio).
É muito importante que o professor e os familiares estejam atentos para que possa encaminhar o indivíduo com características disléxicas o quanto antes para avaliação psicopedagógica, pois quanto antes for iniciado o acompanhamento, melhores serão os resultados. A atuação do professor neste caso é fundamental. Pois é através deste que o aluno poderá ser incentivado a avançar no processo de ensino aprendizagem.


2.2-O papel da família no trabalho com o aluno disléxico
A dislexia é um transtorno severo de leitura e escrita, que traz repercussão nas atividades de aprendizagem em geral, mas certamente não é um obstáculo. É essencial encontrar a porta de entrada, aquela que permite à pessoa com dislexia encontrar-se com suas dificuldades e desenvolver as habilidades, chegando fortalecida e segura à porta de saída.
Quando uma criança apresenta dificuldade de aprendizagem relacionada a dislexia,não é só ela que sofre com esse transtorno mas o mesmo envolve a todos.
A família é muito mais do que soma de seus membros, ela é uma totalidade. Por isso o envolvimento da família no tratamento da criança com dislexia é essencial para a superação de todos os obstáculos.
Compreensão, aceitação e confiança são respostas que a família irá encontrar nesta trajetória. Porque conhecendo melhor o que é dislexia poderá identificar as dificuldades e assim oferecer melhor ajuda.
Aceitação, porque sensibilizará com as dificuldades da criança e não irá confundir este comportamento com desinteresse ou preguiça.
Confiança, porque tendo adquirido novas aprendizagens, a família poderá auxiliar a criança com dislexia a sentir-se mais compreendida, aceita e confiante em si e nos outros.
Segundo Álvaro Marchesi (2006), há famílias que são capazes de enfrentar as dificuldades de aprendizagens de seus filhos porque estão preparados para isso, porque se empenham em fazê-lo ou porque contam com os meios para buscar ajudas externas. Outras ao contrário, não têm essas possibilidades, não sabem, não querem ou não podem assumir sua responsabilidade de educar.
A criança com dislexia precisa de uma pessoa persistente encorajadora, alguém que lhe de apoio e o defenda inflexivelmente, que atue como um incentivo quando as coisas não estão indo bem,que seja seu amigo e confidente quando os outros façam chacotas e o deixem envergonhado, um defensor que,por ações e comentários,expresse otimismo para o futuro.(SALLY SHAYWITZ ,2006,p.139)



Conclusão

É importante enfatizar que a dislexia não é curada sem um tratamento apropriado. Não se trata de um problema que é superado com o tempo: a dislexia não pode passar despercebida. Pais e professores devem se esforçar para identificar a possibilidade de seus filhos ou alunos sofrerem de dislexia. Crianças disléxicas que foram tratadas desde cedo superam o problema e passam a se assemelhar aquelas que nunca tiveram qualquer dificuldade de aprendizado.
Nunca é tarde demais para ensinar disléxico a ler e a processar informações com mais eficiência.


Referências Bibliográficas

•MARCHESI,Álvaro- O que será de nós, os maus alunos?/ Porto Alegre:Artimed,2006

•OLIVIER,.Lou de- Distúrbios de aprendizagem/comportamento:verdades que ninguém publicou/São Paulo: Scortecci,2003.

•SHAYWITZ,Sally.Entendo a dislexia:um novo desafio e completo programa para todos os níveis de problemas de leitura/Porto Alegre: Artmed,2006

•WAJNSZTEJN,Rubens- Dificuldades Escolares:um desafio superável/São Paulo:Atmed,2005

PROJETO DE TRABALHO

•Tema:Poesia

Disciplinas: Língua Portuguesa, História e Arte.
Público-Alvo: Alunos do Ensino Fundamental: 4º e 5º
Mês: Março
Duração: 15 dias

•Objetivos: Estimular o apreço pela poesia, conhecer a vida e a obra de Castro Alves e Machado de Assis, aguçar a expressão oral e a representação corporal, desenvolver as percepções auditiva e visual, a atenção, a concentração e a linguagem oral.
-Ampliar a linguagem oral com a poesia, desenvolver a expressão escrita em verso e trabalhar os conceitos de rima e de estrofe.

•Metodologia
- Apresentação e leitura da biografia de Castro Alves e Machado de Assis.
-Vamos reescrever?
.Materiais: canetinha coloridas, folha pautada, lápis preto, papel colo set, poemas diversos.
.Colocando em prática.
- Divida a classe em grupos de 2 a 4 alunos e leia alguns poemas.Aproveite para ensinar as crianças a declamar com entonação, pausa e ritmo.Entregue uma folha com os textos lidos anteriormente e peça que substituam determinadas palavras e versos por outros de criação própria, reescrevendo-os de forma coletiva.Então, elas devem reproduzir a obra no papel color set e colá-la em uma das paredes da sala de aula.
-Gincana
.Colocando em prática.
Divida a classe em grupos de 3 a 5 alunos e diga-lhes que irão participar de uma gincana.Então, dê a cada integrante das equipes quatro envelopes com as tarefas a serem cumpridas no decorrer da semana.Assegure-se de que todos entenderam as ações que deverão ser executadas, tanto em sala de aula como em casa, com a ajuda dos pais.Ressalte que estas valem determinado número de pontos, que só será ganho pela equipe em que todos os participantes finalizarem corretamente a dinâmica.Ao fim da atividade, faça a correção e some a pontuação de cada time.Quem vencer ganha um prêmio estipulado pelo professor, que pode ser doces ou brinquedos.

Sugestões de tarefas
•Traga uma poesia que fale sobre animais. (10 pontos)
•Procurar em casa e trazer um livro sobre Castro Alves.
Redija um poema e uma pequena biografia dele. (20 pontos)
•Pesquise um autor brasileiro que escreva livros para crianças. (20 pontos)
•Recite uma poesia em sala de aula, com ênfase e entonação apropriadas. (50 pontos)
-Sarau
.Colocando em prática.
Dias antes da realização desta atividade, peça que os alunos pesquisem em casa, com a ajuda dos pais, um poema. Logo após, devem redigir o material em folha de papel sulfite,colocar o nome e levar os trabalhos para a escola.Na data da dinâmica, recolha todos os textos e coloque-os em uma caixa de papelão encapada previamente.Solicite às crianças que definem uma ordem para que, uma a uma, sorteie um papel e leiam-no em voz alta para a classe.Quando as poesias acabarem, a turma escolhe aquela com a qual mais se identificou e cada aluno faz um desenho relacionado à obra.Por fim, devem organizar um mural com as produções.

•Culminância
Apresentação de um Sarau de Poesia na sala de aula.


•Avaliação
Contínua com registro das atividades durante o projeto.

MENSAGEM PARA O ANO DE 2010- SALMOS 121

121) ELEVO OS MEUS OLHOS PARA OS MONTES:
DE ONDE ME VIRÁ O SOCORRO?
2)O MEU SOCORRO VEM DO SENHOR,QUE FEZ O CÉU E A TERRA.

3)NÃO DEIXARÁ VACILAR O TEU PÉ;AQUELE QUE TE GUARDA NÃO TOSQUENEJARÁ.
4)EIS QUE NÃO TOSQUENEJARÁ NEM DORMIRÁ O GUARDA DE ISRAEL.

5)O SENHOR É QUEM TE GUARDA;O SENHOR É A TUA SOMBRA À TUA DIREITA.
6)O SOL NÃO TE MOLESTERÁ DE DIA,NEM A LUA, DE NOITE.
7)O SENHOR TE GUARDARÁ DE TODO MAL;ELE GUARDARÁ A TUA ALMA.
8)O SENHOR GUARDARÁ A TUA ENTRADA E A TUA SAÍDA,DESDE AGORA E PARA SEMPRE.

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

PROJETO DE LEITURA

• Tema: A Leitura como Inclusão Social

• Objetivo
Desenvolver no educando o hábito pela leitura a partir de atividades significativa, proporcionando espaço na escola, formando leitores competentes para atuar no mundo letrado.

• Justificativa
Estimular o prazer e hábito pela leitura para que o educando possa ler,escrever e interpretar com competência.

• Metodologia
O trabalho de leitura deverá ser desenvolvido através de ações como:
.oficinas de criação de história;
.produção de texto;
.cantinho da leitura ;
.ciranda de livros
.ilustração de história;
.confecção de murais;
.hora do conto,da poesia;
.hora da leitura;
.varal literário;
.ficha de leitura;
.visita a biblioteca;
.solicitar que as crianças deem um novo final ou inicio à história lida;
.feira do gibis(com produção de histórias em quadrinhos pelos alunos);
.leitura de imagens;
.dramatização.

• Avaliação/Culminância
Cotidianamente a cada atividade realizada pelos educandos.

PROJETO DE INFORMÁTICA

Tema: O uso da informática na vida profissional.

Justificativa

Um dos maiores desafios desde novo milênio e democratizar a informação, possibilitando o desenvolvimento de toda sociedade. Este desafio encontra alguns obstáculos como, por exemplo, o domínio de técnicas de informática, associando-as a uma visão ética do mundo.

Público-Alvo

Alunos a partir de onze anos.

Objetivos

O projeto de Informática apresenta a proposta de levar conhecimento de informática as crianças e adolescentes, tendo como intuito educar e abrir possibilidades de inserção dos alunos no mercado de trabalho.

Desenvolver atividades voltadas à informática e acesso ao pacote de Office, Editor de Textos (Word), Editor de Planilhas (Excel) e Editor de Apresentação ( Power Point).

Oferecer ferramentas que possibilite ao aluno a desenvolver seu próprio currículo e atividades que são desenvolvidas no computador;

Ampliar possibilidades de inserção do público-alvo no Mercado de Trabalho, uma vez que trabalhar noções básicas de Informática; pré-requisito hoje, para quem deseja ingressar no mercado competitivo e informatizado que a nova ordem determina;

Apresentar as formas de construção do conhecimento, através do uso adequado das novas tecnologias da informação e de comunicação.

Metodologia

1º momento

Levar o aluno a conhecer o computador por si próprio utilizando os jogos e outros recursos que o computador oferece.

2º momento

Aula teórica

3º momento

Exercícios e textos voltados para a Cidadania ou assuntos polêmicos da

atualidade.

4º momento

Dúvidas da aula

Formas de Avaliação

Contínua, levando o aluno a refletir sobre a importância da informática na vida profissional de um cidadão.

Referências Bibliográficas

LEVY, P. As tecnologias da Inteligência. Ed. 34, S.P. , 1997.
MACEDO, L. Ensaios Construtivistas. Casa do psicólogo, 2º Edição. 1994. PIAGET J. Biologia e conhecimento. Vozes, Petrópolis, 1973.
PIAGET. J. O nascimento da inteligência na criança. Zahar, Rio, 1982. 10. PIERS, 1977.
PIAGET. J. INHELDER, B. A Psicologia da Criança. Ed. Bertrand Brasil. RJ, 1995 (14º edição)
RAMOZZI-CHIAROTINO, Z. Psicologia e epistemologia genética de Jean Piaget. EPU, São Paulo, 1988.

NEUROCIÊNCIA

Neurociência

A neurociência é o estudo da realização física do processo de informação no sistema nervoso humano animal e humano. O estudo da neurociência engloba três áreas principais: a neurofisiologia, a neuroanatomia e neuropsicologia.

A neurofisiologia é o estudo das funções do sistema nervoso. Ela utiliza eletrodos para estimular e gravar a reação das células nervosas ou de área maiores do cérebro. Ocasionalmente, separaram as conexões nervosas para avaliar os resultados.

A neuroanatomia é o estudo da estrutura do sistema nervoso, em nível microscópico e macroscópico. Os neuroanatomistas dissecam o cérebro, a coluna vertebral e os nervos periféricos fora dessa estrutura.

A neuropsicologia é o estudo da relação entre as funções neurais e psicológicas. A principal pergunta da neuropsicologia é qual área específica do cérebro controla ou media as funções psicológicas. O principal método de estudo usado pelos neuropsicólogos é o estudo do comportamento ou mudanças cognitivas que acompanham lesões em partes específicas do cérebro. Estudos experimentais com indivíduos normais também são comuns.

Estrutura e funcionamento do sistema nervoso

Observando a estrutura do sistema nervoso, percebemos que eles têm partes situadas dentro do cérebro e da coluna vertebral e outras distribuídas por todo corpo. As primeiras recebem o nome coletivo de sistema nervoso central (SNC), e as últimas de sistema nervoso periférico (SNP). É no sistema nervoso central que está a grande maioria das células nervosas, seus prolongamentos e os contatos que fazem entre si. No sistema nervoso periférico estão relativamente poucas células, mas um grande número de prolongamentos chamados fibras nervosas, agrupados em filetes alongados chamados nervos.

Os nervos (conjunto de neurônios) podem ser divididos em nervos que levam informação para o SNC e nervos que levam informação do SNC. Os primeiros são chamados fibras aferentes e os últimos de fibras eferentes. As fibras aferentes enviam sinais dos receptores (células que respondem ao estímulo sensorial nos olhos, ouvidos, pele, nariz, músculos, articulações) para o SNC. As fibras eferentes enviam sinais do SNC para os músculos e as glândulas.

Os neurônios são formados por três partes: a soma, os axônios e os dendritos. A parte central, corpo celular ou soma, contém o núcleo celular. Pode-se observar que a soma possui grande número de prolongamentos, ramificando-se múltiplas vezes como pequenos arbustos, são os dendritos. É através dos dendritos que cada neurônio recebe as informações provenientes dos demais neurônios a que se associa. O grande número de neurônios é útil a célula nervosa, pois permite multiplicar a área disponível para receber as informações aferentes. Saindo da soma também, existe um filamento mais longo e fino, ramificando-se pouco no trajeto e muito na sua porção terminal, é o axônio. Cada neurônio tem um único axônio, e é por ele que saem as informações eferentes dirigidas às outras células de um circuito neural.

A região de contato entre um terminal de fibra nervosa e um dendrito ou o corpo (mais raramente um outro axônio) de uma segunda célula, chama-se sinapse, e constitui uma região especializada fundamental para o processamento da informação pelo sistema nervoso. Na sinapse, nem sempre, os sinais elétricos passam sem alteração, podem ser bloqueados parcial ou completamente, ou então multiplicados. Logo, não ocorre apenas uma transmissão da informação, mas uma transformação durante a passagem.

A transmissão sináptica pode ser química ou elétrica. Na sinapse elétrica, as correntes iônicas passam diretamente pelas junções comunicantes (região de aproximação entre duas células) para as outras células. A transmissão é ultra-rápida, já que o sinal passa praticamente inalterado de uma célula para outra. Na sinapse química, a transmissão do sinal através da fenda sináptica (região de aproximação entre duas células, bem maior que as junções comunicantes) é feita através de neurotransmissores. A sinapse química pode ser exitatória, quando ocorre um aumento no estímulo recebido pelo neurônio pós-sináptico, ou inibitória, quando ocorre uma diminuição do estímulo no neurônio pós-sináptico. São essas transformações ocorridas durante a sinapse que garantem ao sistema nervoso a sua enorme diversidade e capacidade de processamento de informação

Uma das melhores maneiras de perceber a influência dos neurotransmissores na cognição é observando a quantidade de drogas cujo efeito provêm da modificação da atividade dos neurotransmissores, como a nicotina.

Plasticidade

Plasticidade é a capacidade do sistema nervoso alterar o funcionamento do sistema motor e perceptivo baseado em mudanças no ambiente.

Estudos comprovam a hipótese sobre o desenvolvimento neural e a aprendizagem na qual funções particulares de processamento de informação são controladas por grupos especiais de neurônios, mas quando uma dessas funções fica inutilizada, os neurônios associados a ela passam a controlar outra função. Por exemplo, se os neurônios que normalmente recebiam estímulos do olho esquerdo pararem de receber esse estímulo, eles se tornariam responsáveis pelos estímulos do olho direito. O inverso também é verdadeiro, quando as funções neurais são limitadas, os neurônios podem passar a controlar novas funções.

No entanto, nem sempre esse processo ocorre. A plasticidade é mais comum em crianças.

Memória de curto e longo prazo

Um dos conceitos mais importantes dessa área é a distinção entre memória de curto e longo prazo. Uma razão para acreditar nessa distinção é que, algumas vezes depois de um severo golpe na cabeça, uma pessoa pode ser incapaz de lembrar eventos que aconteceram antes do golpe (amnésia retrógrada), mas continuaria lembrando dos eventos que ocorreram bem antes. A fragilidade das memórias recentes sugeri que elas estavam num estado fisiológico diferente das memórias mais antigas. Uma outra razão para essa distinção é que nós somos capazes de lembrar um pequeno número de itens que nós acabamos de guardar na memória, mas podemos lembrar uma grande quantidade de informação de um passado distante. Esses fatos sugerem que a memória de curto prazo e a memória de longo prazo podem ter propriedades físicas distintas.

Memória de Curto Prazo (MCP): Capaz de armazenar informações por períodos de tempo um pouco mais longos, mas também de capacidade relativamente limitada.

Memória de Longo Prazo (MLP): Capaz de estocar informações durante períodos de tempo muito longos, talvez até indefinidamente.

Linguagem e outras funções de alto nível

A área de Broca e área de Wernicke

Em 1861,o neurologista francês Paul Broca identificou um paciente que era quase totalmente incapaz de falar e tinha uma lesão nos lobos frontais, o que gerou questionamentos sobre a existência de um centro da linguagem no cérebro. Mais tarde, descobriu casos nos quais a linguagem havia se comprometido devido a lesões no lobo frontal do hemisfério esquerdo. A recorrência dos casos levou Broca a propor, em 1864, que a expressão da linguagem é controlada por apenas um hemisfério, quase sempre o esquerdo. Esta visão confere com resultados do procedimento de Wada, no qual um hemisfério cerebral é anestesiado. Na maioria dos casos, a anestesia do hemisfério esquerdo, mas não a do direito, bloqueia a fala. A área do lobo frontal esquerdo dominante que Broca identificou como sendo crítico para a articulação da fala veio a ser conhecida como área de Broca.(BEAR, 2002)

Em 1874, o neurologista Karl Wernicke identificou que lesões na superfície superior do lobo temporal, entre o córtex auditivo e o giro angular, também interrompiam a fala normal. Essa região é atualmente denominada área de Wernicke. Tendo estabelecido que há duas áreas de linguagem no hemisfério esquerdo, Wernicke e outros começaram a mapear as áreas de processamento da linguagem no cérebro e levantaram hipóteses acerca de interconexões entre córtex auditivo, a área de Wernicke, a área de Broca e os músculos requeridos para a fala.

"O modelo neurolingüístico de Wernicke considerava que a área de Broca conteria os programas motores de fala, ou seja, as memórias do movimentos necessários para expressar os fonemas, compô-los em palavras e estas em frases. A área de Wernicke, por outro lado, conteria as memórias dos sons que compõem as palavras, possibilitando a compreensão." (LENT, 2002, p. 637) Assim, se essas duas áreas fossem conectadas, o indivíduo poderia associar a compreensão das palavras ouvidas com a sua própria fala.

Atualmente, o modelo de Wernicke teve que ser corrigido quando se observou que pacientes com lesões bem restritas à porção posterior do giro temporal superior (a área de Wernicke) apresentavam na verdade uma surdez lingüística e não uma verdadeira afasia de compreensão. A área de Wernicke seria, então, responsável pela identificação das palavras e não da compreensão do seu significado.

Distúrbios da fala e da compreensão

Damos o nome de afasia a alguns dos distúrbios da linguagem falada causados por acidentes vasculares cerebrais na sua fase aguda. Entretanto, nem todos os distúrbios da linguagem podem ser chamados de afasia. São chamados de afasia apenas aqueles que atingem regiões realmente responsáveis pelo processamento da linguagem e não distúrbios do sistema motor, do sistema atencional, e outros que seriam apenas coadjuvantes do processo. Ao contrário de um doente que não consegue falar devido a paralisia de um nervo facial, os portadores de afasia podem apresentar problemas de linguagem sem ter qualquer problema no funcionamento muscular facial.

Segundo Lent (2002), as afasias são classificadas em afasia de expressão, de compreensão e de condução, de acordo com os sintomas do paciente e com a região cerebral atingida.

A afasia de Broca é também chamada de afasia motora ou não-fluente, já que as pessoas têm dificuldade em falar mesmo que possam entender a linguagem ouvida ou lida. Pessoas com esse tipo de afasia têm dificuldade em dizer qualquer coisa, fazendo pausas para procurar a palavra certa (anomia). A marca típica da afasia de Broca é um estilo telegráfico de fala, no qual se empregam, principalmente, palavras de conteúdo (substantivos, verbos, adjetivos), além da incapacidade de construir frases gramaticalmente corretas (agramatismo). É provocada por lesões sobre a região lateral inferior do lobo frontal esquerdo.

A afasia de compreensão ou afasia de Wernicke atinge uma região cortical posterior em torno da ponta do sulco lateral de Sylvius do lado esquerdo. Os pacientes não conseguem compreender o que lhes é dito. Emitem respostas verbais sem sentidos e também não conseguem demonstrar compreensão através de gestos. Apesar de possuir uma fala fluente, ela também não tem sentido pois não compreendem o que eles mesmos dizem. Enquanto na afasia de Broca, a fala é perturbada, mas a compreensão está intacta, na afasia de Wernicke, a fala é fluente, mas a compreensão é pobre.

A afasia de condução é provocada por lesão do feixe arqueado, feixes que conectam a área de Broca com a área de Wernicke. Os pacientes seriam capazes de falar espontaneamente, embora cometessem erros de repetição e de resposta a comandos verbais.

Outros distúrbios

Afasia é apenas uma das desordens que resulta de lesões do cérebro. Neurologistas catalogaram um grande número de desordens. Abaixo temos uma pequena lista de algumas delas:

  • Alexia: inabilidade adquirida de compreender a linguagem escrita.
  • Agrafia: inabilidade adquirida de produzir linguagem escrita apesar da presença da linguagem oral, da leitura e de controle de movimentos normal.
  • Apraxia: inabilidade de ter movimentos propositais apesar da compreensão normal das instruções, da força, do reflexo e da coordenação normais.
  • Agnosia visual: perda da habilidade de reconhecer ou identificar a presença de objetos, apesar nas funções visuais estarem intactas. Uma forma específica da agnosia visual foi registrada como propagnosia, inabilidade de reconhecer faces.
  • Síndrome da negligência: a tendência a ignorar coisas numa região particular do espaço ignorando o módulo sensorial responsável pelos estímulos provenientes daquela região. Pacientes com uma forma dessa síndrome chamada síndrome da negligência unilateral ignoram as informações provenientes do lado esquerdo ou direito do corpo e podem até esquecer de barbear essa parte do rosto ou de vestir esse lado do corpo.

A especialização dos hemisférios

Apesar do nosso cérebro ser divido em dois hemisférios não existe relação de dominância entre eles, pelo contrário, eles trabalham em conjunto, utilizando-se dos milhões de fibras nervosas que constituem as comissuras cerebrais e se encarregam de pô-los em constante interação. O conceito de especialização hemisférica se confunde com o de lateralidade (algumas funções são representadas em apenas um dos lados, outras no dois) e de assimetria (um hemisfério não é igual ao outro).

Segundo Lent (2002), o hemisfério esquerdo controla a fala em mais de 95% dos seres humanos, mais isso não quer dizer que o direito não trabalhe, ao contrário, é a prosódia do hemisfério direito que confere à fala nuances afetivas essenciais para a comunicação interpessoal. O hemisfério esquerdo é também responsável pela realização mental de cálculos matemáticos, pelo comando da escrita e pela compreensão dela através da leitura. Já o hemisfério direito é melhor na percepção de sons musicais e no reconhecimento de faces, especialmente quando se trata de aspectos gerais. O hemisfério esquerdo participa também do reconhecimento de faces, mas sua especialidade é descobrir precisamente quem é o dono de cada face. Da mesma forma, o hemisfério direito é especialmente capaz de identificar categorias gerais de objetos e seres vivos, mas é o esquerdo que detecta as categorias específicas. O hemisfério direito é melhor na detecção de relações espaciais, particularmente as relações métricas, quantificáveis, aquelas que são úteis para o nosso deslocamento no mundo. O hemisfério esquerdo não deixa de participar dessa função, mas é melhor no reconhecimento de relações espaciais categoriais qualitativas. Finalmente, o hemisfério esquerdo produz movimentos mais precisos da mão e da perna direitas do que o hemisfério direito é capaz de fazer com a mão e a perna esquerda (na maioria das pessoas). Veja a Figura 2.2:

Figura 2.2: Especialização dos hemisférios. (LENT, 2002)

Implicações nas Ciências Cognitivas

Existem redundâncias consideráveis no sistema nervoso. A existência de processamento paralelo é amplamente aceita na neurociência e acredita-se que ele seja necessário devido a rapidez e complexidade do processamento da informação no cérebro das criaturas vivas. O poder da computação paralela pode ser observado nos modernos computadores seriais que demoram muito mais que o cérebro humano para processar informações visuais. Nos últimos anos, reconheceu-se que computadores com processamento paralelo são necessários para acelerar o processamento de imagens, aproximando-o da velocidade do cérebro humano.

Esse é um dos caminhos pelo qual a neurociência pode ajudar as ciências cognitivas. A psicologia cognitiva tem se esforçado para modelar as atividades intelectuais com elementos que interajam numa maneira neurologicamente plausível. Esses modelos estão ajudando a mostrar como a cognição pode ser estruturada através dos princípios básicos de operação da mente.


Para saber mais:

Livros e publicações:

BEAR, Mark F.; CONNORS, Barry W.; PARADISO, Michael A. Neurociências: desvendando o sistema nervoso. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2002.

BRITO, Denise Brandão de Oliveira e.Retardo de Aquisição de Linguagem. Disponível em: <http://www.denisebrandao.hpg.ig.com.br/index.html>. Acessado em 18 ago. 2002.

GARDNER, Howard. A nova ciência da mente. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1996.

LENT, Roberto. Cem bilhões de neurônios: conceitos fundamentais. Atheneu: São Paulo, 2002.

MYRES, David G. Introdução à psicologia geral. 5. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1999.

NOGUEIRA, Suzana et all. A criança com atraso da linguagem. Disponível em: <http://www.chc.min-saude.pt/hp/revista/042000/artigo.pdf>. Acessado em 18 ago. 2002.

STILLINGS, Neil A. Cognitive Science: an introduction. Cambridge: Massachusetts Institute of Technology, 1989.

STENBERG, Robert J. Psicologia Cognitiva. Porto Alegre: Artmed, 2000.

Links:

http://try.at/conhecimento

Página com o material do curso de "Memória: representação do conhecimento, uma abordagem cognitiva" oferecido pela professora Adriana Benevides do Núcleo de Computacão Eletrônica da UFRJ.

http://www.epub.org.br/cm/home.htm

Página da revista "Mente e Cérebro" com artigos relacionados à neurociência.

http://www.gomestranslation.com/

Traduções em geral e pesquisa em neurociência, linguagem, cognição e disciplinas correlatas.

http://human-nature.com/rmyoung/papers/index.html

Página do psicólogo Robert Maxwell Young com artigos publicados desde 1960, além de livros na íntegra.

http://psychclassics.yorku.ca/author.htm

"Classics in the History of Psychology", página em ingl6es com publicações de vários estudiosos, como Skinner, Broca, Koffka e Lashey.

http://bob.nap.edu/html/howpeople1/index.html

"How People Learn: Brain, Mind, Experience, and School". Livro online de John D. Bransford, Ann L. Brown e Rodney R. Cocking (editores).

http://www.sedl.org/scimath/compass

Página em inglês chamada "Classroom compass", com idéias, atividades e recursos para professores interessados em melhorar suas aulas de matemática e ciências. Incluindo o artigo "Research on brain", sobre com estudos da mente podem ajudar no aprendizado.

http://www.datasus.gov.br/cid10/webhelp/f80.htm

Página sobre os "Transtornos específicos do desenvolvimento da fala e da linguagem".

Formas de Dislexia

Formas de Dislexia:


Disgrafia


É uma inabilidade ou atraso no desenvolvimento da Linguagem Escrita, especialmente da escrita cursiva. Escrever com máquina datilográfica ou com o computador pode ser muito mais fácil para o disléxico. Na escrita manual, as letras podem ser mal grafadas, borradas ou incompletas, com tendência à escrita em letra de forma. Os erros ortográficos, inversões de letras, sílabas e números e a falta ou troca de letras e números ficam caracterizados com muita frequência.

Discalculia

As dificuldades com a Linguagem Matemática são muito variadas em seus diferentes níveis e complexas em sua origem. Podem evidenciar-se já no aprendizado aritmético básico como, mais tarde, na elaboração do pensamento matemático mais avançado. Embora essas dificuldades possam manifestar-se sem nenhuma inabilidade em leitura, há outras que são decorrentes do processamento lógico-matemático da linguagem lida ou ouvida. Também existem dificuldades advindas da imprecisa percepção de tempo e espaço, como na apreensão e no processamento de fatos matemáticos, em sua devida ordem.

Deficiência de Atenção


É a dificuldade de concentrar e de manter concentrada a atenção em objetivo central, para discriminar, compreender e assimilar o foco central de um estímulo. Esse estado de concentração é fundamental para que, através do discernimento e da elaboração do ensino, possa completar-se a fixação do aprendizado. A Deficiência de Atenção pode manifestar-se isoladamente ou associada a uma Linguagem Corporal que caracteriza a Hiperatividade ou, opostamente, a Hipoatividade

Hiperatividade

Refere-se à atividade psicomotora excessiva, com padrões diferenciais de sintomas: o jovem ou a criança hiperativa com comportamento impulsivo é aquela que fala sem parar e nunca espera por nada; não consegue esperar por sua vez, interrompendo e atropelando tudo e todos. Porque age sem pensar e sem medir conseqüências, está sempre envolvida em pequenos acidentes, com escoriações, hematomas, cortes. Um segundo tipo de hiperatividade tem como característica mais pronunciada, sintomas de dificuldades de foco de atenção. É uma superestimulação nervosa que leva esse jovem ou essa criança a passar de um estímulo a outro, não conseguindo focar a atenção em um único tópico. Assim, dá a falsa impressão de que é desligada, mas, ao contrário, é por estar ligada em tudo, ao mesmo tempo, que não consegue concentrar-se em um único estímulo, ignorando outros.


Hipoatividade

A Hipoatividade se caracteriza por um nível baixo de atividade psicomotora, com reação lenta a qualquer estímulo. Trata-se daquela criança chamada "boazinha", que parece estar, sempre, no "mundo da lua", "sonhando acordada". Comumente o hipoativo tem memória pobre e comportamento vago, pouca interação social e quase não se envolve com seus colegas. Hipoatividade ligada à Dislexia traz uma grande dificuldade a essa criança e jovem, no processar o que está acontecendo à sua volta, necessitando de um aprimoramento de técnicas em seu programa escolar, com a necessidade de recursos psicopedagógicos remediativos absolutamente específicos, com um suporte muito mais ativo de estímulos tanto na escola como em casa e na sociedade.